quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A informação no meio digital: responsabilidade do bibliotecário frente a esse desafio

È de suma importância que os bibliotecários sejam responsáveis e tenham consciência da sua responsabilidade  com relação à preservação digital. Os tempos atuais pressupõem a informação online, no meio eletrônico, “acessível a todos”. A intenção é permitir que a recuperação da informação se dê com a mais alta confiabilidade e integridade gratuitamente e dentro do menor tempo possível. Para isso, deve ser preocupação da organização, empresa, unidade de informação, investir nos métodos e técnicas que estão disponíveis no mercado para cumprir esses requisitos. Para tal, deve ter como aliado o bibliotecário treinado, competente, capaz de cumprir esse papel no seu local de trabalho. O bibliotecário deve estar atento às questões ambientais e gerenciais que isso implica e, manter-se em constante aperfeiçoamento para dar conta desses desafios. O perfil do bibliotecário contempla, ou deveria contemplar a flexibilidade, a versatilidade, a disposição a aprender, principalmente porque tem o papel social de educador; então, inteirar-se das novas tecnologias e do que há de novo, de mais moderno, deve ser preocupação constante do bibliotecário. Aprender e saber lidar com a preservação da informação em qualquer meio ou suporte é fundamental. Esta preocupação acompanha a profissão; atualmente o termo moderno é a preservação digital, mas ainda conserva o caráter intrínseco: a conservação, a guarda e a disponibilização da informação, desde os tempos antigos. As questões permanecem as mesmas, mudam as tecnologias, apenas; porém a riqueza e a beleza estão em ver as mesmas questões com um novo olhar.

domingo, 19 de setembro de 2010

Preservação digital: noções

Pessoal, apresento a seguir definições e conceitos extraídos livro de Miguel Ferreira: Preservação Digital: conceitos, estratégias e consensos atuais; de modo suscinto e claro o autor aborda as estratégias e métodos que estão disponibilizadas no mercado e que garantem a preservação da informação a qualquer tempo no meio digital. A preservação digital consiste na capacidade de garantir que a informação
digital permanece acessível e com qualidades de autenticidade suficientes para
que possa ser interpretada no futuro recorrendo a uma plataforma
tecnológica diferente da utilizada no momento da sua criação.

sábado, 18 de setembro de 2010

Presevação digital: o elo profissional entre passado e futuro

Houve um tempo em que não dispúnhamos das tecnologias eletrônicas que hoje usamos e abusamos. Sabemos que na Idade Média a Igreja foi responsável pela guarda e destruição dos documentos. A duplicação bibliográfica anterior à imprensa era realizada pelos copistas arduamente e, provavelmente, era preocupação àquela época a preservação da produção intelectual humana, obviamente as que interessavam e eram úteis à Igreja. O mesmo se dá na atualidade. Em pleno século 21 ainda desconhecemos um modo confiável, barato e capaz de armazenar e de acessar a informação a qualquer tempo. Há empresas que professam guardar, preservar e disponibilizar a informação, para tanto desenvolvem sistemas, métodos e técnicas para obter sucesso, e, por necessitarem dos profissionais da ciência da informação para isso, acabam abrindo um leque de possibilidades profissionais.    
                     
A preservação digital é discussão atual na Ciência da Informação. Vários métodos e técnicas são ditos os melhores e justificados pelas empresas conforme os seus interessantes. Independentemente do que a instituição adotar como meio de garantir a integridade, autenticidade da informação no meio digital, devemos mais do que nunca estar aptos, capacitados para cumprir a nossa função de gestores, administradores e difusores da informação ao usuário. Com responsabilidade, confiança e segurança. Garantir a recuperação fiel, o acesso à informação qualquer tempo e com integridade e autenticidade é objetivo profissional a ser atingido. Certamente que o meio, a técnica e o método que será escolhido para a preservação poderá modificar-se, porém o importante é garantir a possibilidade de leitura, de decodificação e de acesso à informação em qualquer meio que ela esteja.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sugestão de Leitura: Reflexões sobre a obra de Edgar Morin

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 11. ed. São Paulo: Cortez. Brasília, DF: UNESCO, 2006.


AS REFLEXÕES DE MORIN

As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão.

Neste primeiro capítulo apresenta os erros os quais o ser humano está passível de cometer. Os erros mentais, da razão e intelectuais. Ele fala da cegueira pragmática, do inesperado, e da incerteza do conhecimento, em todos esses tópicos tratados no primeiro capítulo procura indicar que não linearidade, nem trivialidade ou certeza. Ele diz: “Quanto sofrimento e desorientações causados por erros e ilusões ao longo da história humana [ . . .] O dever principal da educação é de armar cada um para o combate vital para a lucidez.”

Os princípios do conhecimento pertinente.

A educação contemporânea está inadequada porque tornou invisível o contexto, o global o multidimensional e o complexo. Refere-se ao fato de que sem um contexto o conhecimento das informações ou dos dados isolados é insuficiente, pois não terão sentido, que se deve conhecer as partes para conhecer o todo e conhecer o todo para conhecer as partes. É preciso compreender a complexidade dessas relações. A educação deve estimular o uso da inteligência geral dos indivíduos, acabar com a disjunção que existe entre as ciências humanas e exatas, e sociais.Abrir as mentes, contextualizar os saberes e fortalecer a solidariedade.

Ensinar a condição humana.

“A educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal, centrado na condição humana.” (MORIN, 2006). Ou seja, questionar nossa posição no mundo, conhecer as condições humanas que o autor cita: a cósmica, a física, a terrestre e a humana. A educação deve mostrar o destino diversificado do ser humano e conduzir ao esclarecimento de que todos os seres humanos condições e características comuns e também ricas e necessária diversidade, comum a todos os cidadãos da Terra.

Ensinar a identidade terrena.

O ser humano encontra-se na era planetária. O mundo está globalizado, e traz conseqüências paradoxais: está unificado e dividido. Há guerras entre nações, o lucro é moeda destrutiva, as religiões geram guerra e não a paz em muitos locais do globo. As armas nucleares ameaçam o futuro a todo instante, a poluição e abuso ao planeta ameaçam a biosfera, as bactérias se mostram cada vez mais resistentes, a droga invadiu o mundo. Faz-se necessário ter esperanças, e a educação pode abrir a mente para um futuro diferente e melhor.

Enfrentar as incertezas.

O futuro é incerteza, é surpresa. Deve-se entender que a história não é linear. Ela é complexa, e precisamos saber enfrentar as incertezas. É preciso saber agir e recorrer à estratégia a serviço de uma finalidade complexa. A incerteza não desaparecerá, mas pode ser oportunidade se aprendermos a nos preparar para o improvável e o inesperado.

Ensinar a compreensão.

Essa é a missão espiritual da educação, ensinar a compreensão entre as pessoas para garantir a solidariedade intelectual e moral da humanidade. Há a compreensão intelectual ou objetiva e a compreensão humana intersubjetiva. A compreensão humana vai além da explicação, ela comporta um conhecimento de sujeito a sujeito, o outro é percebido como alguém com quem nos identificamos, a compreensão pede abertura, simpatia e generosidade. Há de se vencer o egocentrismo, o etnocentrismo e o sociocentrismo para se aproximar da compreensão. As vias econômicas, sociais, jurídicas, culturais facilitarão a compreensão e as intelectuais e éticas auxiliarão no desenvolvimento da compreensão intelectual e humana. E a compreensão entre sociedades supõe sociedades democráticas abertas, isso propicia a compreensão entre os povos, as culturas e nações. A educação deve ter como tarefa a compreensão em todos os níveis educativos e em todas as idades para a reforma planetária das mentalidades.

A ética do gênero humano

O indivíduo/sociedade/espécie são inseparáveis e co-produtores um do outro e no seio dessa tríade emerge a consciência humana. A antropo-ética compreende a esperança na completude da humanidade, como consciência e cidadania planetária. A democracia favorece a rica relação entre indivíduos e sociedade e possibilita que eles possam se ajudar, desenvolver-se e controlar-se mutuamente. A espécie humana avive sob contínua ameaça de autodestruição, para Morin a sós e em conjunto com a política do homem, a política de civilização, a reforma do pensamento, a antropo-ética o verdadeiro humanismo, a consciência da Terra-Pátria reduzirá a ignomínia no mundo. Morin encerra o seu texto com a grande questão: “[ . . . ] a busca da hominização, pelo acesso à cidadania terrena. Por uma comunidade planetária organizada: não seria esta a missão da verdadeira Organização das Nações Unidas?”

As reflexões de Morin são profundas e, como ele mesmo diria: complexas. A educação do futuro deve começar a se preocupar em solucioná-las, a divulgar essas questões para o mundo inteiro, de todas as idades, de todas as classes sociais, de todas as séries escolares e acadêmicas. Essas questões dizem respeito ao futuro individual e de todo o planeta. São questões cruciais que necessitam de tomada de atitude e, talvez mudança de atitude urgente. Se as atitudes, ações, ensinamentos do passado nos legaram esse presente de guerras, incompreensões, medo, risco iminente de autodestruição, somente com outras atitudes, reflexões, ações, compreensão e consciência de quem somos e para aonde estamos indo que conseguiremos deslumbrar um futuro melhor. As mudanças se fazem urgentes. O papel do profissional da informação nesse contexto é fundamental. A mudança de atitude e tomada de consciência é urgente e necessária. Somo atores e autores de nossa própria vida e responsáveis pelo seu desfecho. Ignorar já não é possível, e fugir dessa realidade tampouco.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

UFRGS_FABICO_DCI_BIB03064_Produção de Documentos Eletrônicos_03/09/2010_MARILIA CÂMARA DE OLIVEIRA


Acervo: 3000 fichas da sala de vacina da Unidade de Saúde Farrapos Questões pertinentes que deverão ser contempladas para o processo de digitalização:


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A importância dos documentos eletrônicos no mundo contemporâneo, em especial na Biblioteconomia

Hodiernamente faz-se necessário acompanhar o ritmo das mudanças que acontecem em todos os aspectos do mundo contemporâneo. Especialmente as relacionadas à sociedade da informação em que nos encontramos; mudanças paradigmáticas, questões cotidianas, gerenciais e administrativas exigem do profissional bibliotecário uma flexibilidade e adaptação que só com competências e habilidades a ele inerentes e dele exigidas, poderão sustentar e reforçar o seu papel social, sua importância e sua responsabilidade. Principalmente no que tange a preservação, conservação e recuperação da informação no meio eletrônico.
Portanto, para desenvolver técnicas, meios, métodos e processos que acompanhem essas mudanças é fundamental e necessária a participação ativa e pró-ativa do bibliotecário. A ele compete percorrer o caminho entre os mais diferentes suportes de informação. Há o bibliotecário que se interessa em preservar, conservar e restaurar documentos antigos, em pergaminho ou papiro, dentre outros; para isso se capacita e estuda para melhor realizar essas importantes questões. As quais ainda são necessárias, haja vista o valor intrínseco do documento que após o restauro, por exemplo, poderá sofrer uma digitalização e assim, sofrerá menos manuseios e conseqüentemente conservará o seu valor histórico ou museológico. Há o bibliotecário que se especializa e que prefere trabalhar com o documento em meio eletrônico, desde a sua origem, ou seja, o digitalborn, ou o documento que passou por um processo de digitalização. Independentemente do documento que terá em suas mãos, o bibliotecário deverá estar ciente da importância e relevância informacional que tem a gerenciar.
Graças ao desenvolvimento da informática e das tecnologias utilizamos o computador para as mais rotineiras tarefas: para gerenciar processos, para acessar bancos de dados, para realizar um bom serviço de referência, etc.; tanto o computador quanto demais tecnologias são tão necessários, e pode-se dizer fundamentais para acessar diferentes documentos em meio eletrônico que o bibliotecário deve estar não apenas habilitado, mas também treinado para realizar a tarefa de gerenciamento desses documentos nesse meio. O bibliotecário deverá ter ciência dos meios e modos de acesso, de recuperação e de busca da informação. Também deverá estar treinado para digitalizar, quando necessário, e, para isso, aprender noções de como se dá o processo de digitalização.
Os documentos em formato eletrônico necessitam dos mais diversos cuidados: preservação ou destruição do suporte material, físico, de acordo com a decisão tomada na unidade de informação; o seu backup, uma cópia de segurança para documentos que exijam esse cuidado; preservação da qualidade e/ou características de cor, de nitidez, etc. do documento original; cumprimento das normas estabelecidas pelo CONARQ para a digitalização dos diferentes documentos existentes e para atender as diferentes finalidades da unidade de informação. Esses cuidados referidos simplesmente pretendem ressaltar a importância dos documentos em meio eletrônico: dos que já nascem nesse meio ou dos demais. Ou seja, serão eles que conservarão e que registrarão a produção intelectual humana. A sua grande importância se dá pela possibilidade imensa de recuperação, de acesso e de difusão, para o maior número de pessoas, do conhecimento e quiçá da sabedoria humana.

Resenha do texto O pixel e o papel

O papel e o pixel – José Afonso Furtado


A presente obra apresenta questões relevantes: a produção do livro, sua definição, tanto na forma eletrônica quanto impressa. Para discutir essas distinções quanto à forma, o autor apresenta diversos conceitos, trazidos por diferentes autores os quais ele se utiliza para se embasar, se apoiar, evidentemente. O autor português formado em Filosofia, e, talvez por isso, traga questões filosóficas para compreender a atualidade, e tenha um olhar multifacetado para encarar tudo isso. Ele tem muito a contribuir para a Ciência da Informação. Inclusive aborda diversas faces do assunto, propõe visões de diferentes posições e a contribuição de diversas disciplinas, para expor as revoluções que estão ocorrendo. Não apenas a técnica, mas também a morfológica e material no modo de fabricação do livro, sua difusão, editoração, inclusive as novas maneiras de leitura.

Segundo o autor as tecnologias eletrônicas penetraram em todos os aspectos do processo de publicação do livro. E essas mudanças se devem aparecimento e desenvolvimento da www. Os browsers gráficos e as generalizações dos hyperlinks e do hipertexto e a expansão da internet permitem integrar outras mídias e apresentar nossos formatos do livro e gêneros literários.A nova cadeia de valor deve ter como parte: o autor, o leitor, a seleção, o acesso, a agregação, o desenvolvimento, a navegação e a autoridade.

Encontra-mo-nos perante uma realidade completamente nova na sua concepção, realização e fruição. Em que o conceito de livro está em questão e há debates e discussões e diferentes posições e opiniões sobre isso. Ao lado desses questionamentos a ele ligados, entra a questão os profissionais e o próprio modo de editoração. Além da discussão a respeito do livro o autor apresenta os diferentes posicionamentos a respeito dos e-books e e-texts e livros digitais. Relacionadas a questão dos diferentes conceitos de livros estão a própria tecnologia de produção dos mesmos, os suportes nos quais se apresentam, os diferentes softwares e hardwares, portanto, o diferentes dispositivos que surgem para atender e suprir e melhor atender essa demanda. São questões novas, em início de fluxo e que o usuário pela procura e resposta a isso, indicará o caminho para o futuro. O consumidor pode desejar dispositivo uni ou multifuncional. Pode optar pelos diferentes dispositivos e suas especificidades e utilidades, disponíveis no mercado e a que lhe convier ele utilizará. Diferentes formatos de livros estão sendo desenvolvidos de modo a agradar a leitura. Os ebooks não representam uma revolução, mas uma evolução do livro impresso. Eles agregam funcionalidades e comodidades ao leitor.

O autor discute o hipertexto, suas funcionalidades e os diferentes tipos. O que significa que o a própria construção literária antes presa ao modelo impresso está mais livre, possui mobilidade, flexibilidade através do hipertexto. Coloca o modelo do labirinto como sendo de grande valor simbólico e também o principio organizacional da estrutura tipológica do nosso espaço intelectual. A questão do hipertexto converge para a desmaterialização do texto que segundo o autor significa ignorar os contextos material, econômico, social e cultural do computador.

A praticidade, mobilidade e durabilidade do livro impresso é lembrada pelo autor, que nos lembra que diferentemente dos livros eletrônicos, dispensa qualquer instrumento ou ferramenta de leitura.

Novos modos de leitura estão surgindo em função das transformações tecnológicas do livro, no entanto, independentemente das razoes que levam os leitores a ler, o importante é que o façam, e o suporte do texto escrito nesse caso é irrelevante: pode ser um e-book, PDA ou o livro impresso. As questões referentes a codificação de sinais e símbolos e a interação do leitor com a leitura deve ocorrer não importa o formato do livro que ele lê.

Ao abordar questões referentes à memória o autor, em suma, quer dizer que o é importante deve ser lembrado e conservado, ou melhor, guardado, porém o que não merece importância e deve ser esquecido. Mas atentando-se para as questões de consumo e desmemorização que a perspectiva a-história pretende impor.

Ele traz a questão da fixidez e rigidez do texto e discute as vantagens e desvantagens de cada uma, que ao longo de todo esse processo de sedimentação de hipertexto irá se esclarecer mais nitidamente.

A autoridade, legislação e direitos autorais também são abordados e são questões ainda novas que estão ganhando repercussão e atenção porque envolve a edição do livro, a autoria e a também a literatura.

Finalmente, ele traz autores que retomam as vantagens e desvantagens do livro impresso e do formato eletrônico, as transformações culturais, sociais e tecnológicas se interpenetram, se sobrepõem e escrevem a história do livro.

Os aspectos que considero relevantes à questão profissional são:

- o mercado livresco, que interessa ao bibliotecário, como está se dando o processo misto agora de editoração material e digital do livro e o modo de consumo relacionado a ele;

- conhecer os diferentes dispositivos que estão sendo criados e suas funcionalidades;

- o próprio paradigma social emergente é importante conhecer, que refletirá os novos modelos culturais, sociais e tecnológicos da leitura e do leitor que surge;

- a organização da informação dentro das diferentes mídias, o acesso a ela e a disponibilização ao usuário;

- a questão institucional, diferentes organizações existem e possuem distintas concepções filosóficas e paradigmáticas, conhecer a organização em que trabalharemos nos permitirá desempenhar melhor e mais seguramente o nosso trabalho.